Secretário deixa o PSD do governador
Raimundo Colombo por causa da possibilidade de apoio ao PT nas eleições de 2014.
O sobrenome Bornhausen, um ícone do
liberalismo no Brasil, a partir desta sexta-feira faz parte do Partido
Socialista Brasileiro (PSB). Deputado federal licenciado e secretário estadual,
Paulo Bornhausen assume à tarde o comando do diretório catarinense do PSB em
evento prestigiado pela presença do governador pernambucano e presidenciável
Eduardo Campos, que passa o dia em Florianópolis com uma agenda da candidato.
Campos cumpre uma promessa. Em
maio, esteve em Joinville e disse que voltaria para assinar a ficha de filiação
de Bornhausen. Na época, o secretário de Desenvolvimento Econômico ainda
desconversava sobre seu futuro político, mas dava indicações de que deixaria o
PSD por causa da decisão do governador Raimundo Colombo de apoiar a reeleição
da presidente Dilma Rousseff (PT).
A saída foi negociada para evitar o
constrangimento de apoiar uma candidatura petista, já que Paulo e o pai, o
ex-senador Jorge Bornhausen, sempre foram ferrenhos adversários do partido.
Além da filiação de
Bornhausen, Campos programou encontros com o prefeito de Florianópolis,
Cesar Junior (PSD), e com dirigentes de sindicatos rurais ligados à Fetaesc.
Ele almoça com Colombo na Casa d'Agronômica, em encontro que vai reunir
políticos de diversos partidos — como o vice-governador Eduardo Pinho
Moreira (PMDB) e o presidente da Assembleia Legislativa, Joares Ponticelli
(PP).
À tarde, o governador pernambucano
realiza uma palestra para a Faesc, no auditório da Associação Catarinense de
Medicina. No mesmo local acontece a posse da nova executiva da executiva
estadual do partido e a novas filiações.
O perfil de filiações neste momento é
o de lideranças sem mandato — como o presidente da Federação das Câmaras
de Dirigentes Lojistas, Roque Pelizzaro Junior. O partido ainda negocia a
filiação de políticos eleitos, que espera anunciar no final de setembro em
Joinville, quando Campos voltará ao Estado. Sondagens foram feitas a deputados
pessedistas como Jean Kuhlmann e Maurício Eskudlark, o ex-prefeito de Blumenau,
João Paulo Kleinübing, mas não avançaram. A saída de Bornhausen e o flerte com
nomes do PSD, não significam ruptura com Colombo.
— Antes de tudo, estamos fechados
com o Colombo. Temos quatro secretários estaduais mesmo sem participação na
Assembleia. Se ele apoiar Dilma, nós faremos a campanha do Eduardo sem
problemas — diz Murilo Flores, secretário de Planejamento do Estado e
vice-presidente do PSB atualmente.
Mesmo no PSD há certa compreensão com
a saída de Paulo Bornhausen, pela incompatibilidade com o projeto do PT.
Ficando, ela abriria uma disputa interna no partido. Mesmo assim, é ironizada a
escolha pelo PSB, que atualmente tem quatro ministérios no governo Dilma.
Fonte: Site Jornal A Notícia 30/08/2013
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