O Partido dos Trabalhadores (PT)
tornou oficial neste sábado (21) a candidatura da presidente Dilma Rousseff à
reeleição. O nome de Dilma foi confirmado durante convenção nacional do
partido, realizada em Brasília.
O presidente do PT, Rui Falcão,
anunciou a oficialização da candidatura de Dilma logo no início do evento.
Também foi confirmada a candidatura à reeleição do vice-presidente, Michel
Temer.
Dilma subiu ao palanque acompanhada do
seu antecessor e padrinho político, o ex-presidente. Ministros e lideranças
petistas estiveram no evento. Pré-candidatos nas eleições de outubro subiram ao
palco, como o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha (candidato em São Paulo);
o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (reeleição); a ex-ministra da
Casa Civil, senadora Gleisi Hoffmann (Paraná); o ex-ministro do
Desenvolvimento, Fernando Pimentel (Minas Gerais) e o senador Lindbergh Farias
(Rio de Janeiro).
Convidado como dirigente de partido
aliado, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, foi vaiado pela plateia de
petistas – a segunda vez em um evento do gênero. Em 2012, durante festa de aniversário
do PT, o ex-prefeito também foi vaiado em Brasília. Outros dirigentes de
partidos que comporão a aliança nacional de Dilma compareceram, como Renato
Rabelo (PcdoB), Ciro Nogueira (PP), Valdir Raupp (PMDB), Eurípedes Gomes (PROS)
e Manoel Dias (PDT).
O PT deverá contar com apoio de ao
menos sete partidos no plano nacional: PCdoB, PDT, PP, PROS, PR, PSD e PRB (o
PR fará convenção neste sábado para oficializar o apoio).
Também neste sábado, o PTB, que até
então se posicionava como aliado na campanha de Dilma, anunciou que vai apoiar
Aécio Neves na corrida presidencial.
Antes
de Dilma discursar, os delegados do PT encarregados de analisar a proposta de
candidatura da presidente para mais um mandato fizeram uma votação simbólica.
Os petistas ergueram suas credenciais para chancelar a tentativa de reeleição.
Balanço
das ações do governo
Em seu discurso no evento, Dilma citou
as ações dos governos petistas na área social, na economia e na política. Ela
afirmou que as pessoas querem que a mudança no país continue "pelas mãos
daqueles que já mostraram que têm capacidade".
"O Brasil, temos certeza, tenho
consciência disso, o Brasil quer seguir mudando pelas mãos daqueles que já
provaram que têm capacidade de transformar profundamente o país e melhorar a
vida do nosso povo. Nós tivemos a competência de implantar o mais amplo e
vigoroso processo de mudança do país, que pela primeira vez colocou o povo como
protagonista", disse a presidente.
"Eu preciso, sim, de mais quatro
anos para poder completar uma obra à altura dos sonhos do Brasil. Para fazer
isso, eu preciso do apoio dos brasileiros, especialmente desta grande
militância. Precisamos ir às ruas, contar o que fizemos e o que podemos
fazer."
A presidente disse também que agora é
uma governante mais madura do que quando se elegeu. "Quero dizer que todos
nós melhoramos. Eu considero que hoje sou uma governante mais madura, e eles
que não se enganem, uma governante capaz de enfrentar todas as dificuldades e
todos os desafios. Estou pronta para ouvir e compor novas ideias",
afirmou.
Eu preciso, sim, de mais quatro anos
para poder completar uma obra à altura dos sonhos do Brasil. Para fazer isso,
eu preciso do apoio dos brasileiros, especialmente desta grande militância.
Precisamos ir às ruas, contar o que fizemos e o que podemos fazer"
Dilma Rousseff, presidente da
República: Dilma também fez referência a um mote petista sobre a eleição de
2002, segundo o qual "a esperança venceu o medo", e disse que, nesta
eleição de 2014, "a verdade deve vencer a mentira, a desinformação".
"Quero falar sobre as grandes
mudanças que vamos enfrentar. Aliás, não paramos de enfrentar desde o dia em
que tomei posse. Se no início a esperança venceu o medo, nesta eleição a
verdade deve vencer a mentira e a desinformação. A verdade deve vencer a
mentira e a desinformação”, completou Dilma.
A presidente ainda afirmou que assumiu
em um momento de crise financeira internacional e que o governo dela soube
fazer o Brasil resistir aos efeitos da turbulência.
"Quando
assumi o governo, o mundo era um, pouco tempo depois, o mundo era outro. A
verdade é que a crise econômica financeira internacional ameaçou não apenas a
estabilidade das economias mais desenvolvidas do mundo, mas boa parte também do
sistema político ao aumentar o desemprego, ao abolir direitos, ao semear nesses
países uma imensa desesperança. Aqui no Brasil, porém, dessa vez, o nosso país
não se rendeu, não se abateu nem se ajoelhou como fazia diante de todas as
crises do passado", disse a presidente.
"E sempre que as dificuldades
aumentavam e o governo recebia pressões, eu repetia: 'eu não fui eleita para
trair a confiança do meu povo, para arrochar os salários do trabalhador.
Essa não é a minha receita, não fui
eleita para vender o patrimônio público como fizeram no passado, para mendigar
dinheiro para o FMI, porque não preciso colocar de novo o país de joelho como
fizeram. Fui eleita, sim, para governar de pé e com a cabeça erguida' ",
completou Dilma.
A presidente também falou sobre a
inflação, ponto que vem sendo usado pelos candidatos oposicionistas para
criticar a gestão petista.
"Foi também o período [governos
petistas] mais longo de inflação baixa na história brasileira. A gente não pode
esquecer isso, no nosso período, a inflação esteve nos menores níveis
compráveis com os outros períodos", disse.
Dilma voltou a defender um plebiscito
para a reforma política, proposta que ela tinha apresentado após as
manifestações de rua de junho de 2013.
"Essa reforma [política] é
fundamental para a melhora e a qualidade da política e da gestão pública. A
transformação social promovida pelos nossos governos criou as bases para uma
grande transformação democrática e política no Brasil. Nossa missão é dar vida
a essa transformação, sem interromper a marcha da transformação social em
curso. Eu não vejo nenhum caminho para a reforma politica que não passe pela participação
popular e que não desague num grande plebiscito", afirmou a presidente.
A presidente também fez referências
aos xingamentos que sofreu na abertura da Copa do Mundo na Arena Corinthians.
Dilma disse que não agride, mas também "não fica de joelhos". Ela
lembrou que sofreu agressões físicas no período da ditadura militar.
“Eu nunca fiz política com ódio, mesmo
quando tentaram me destruir física e emocionalmente por meio do uso de
violência. Eu continuei amando o meu país e nunca guardei ódio de ninguém […]
Quero dizer a voces que não tenho rancor de ninguém. Também não vou baixar a
cabeça. Não insulto, mas tambem não me dobro […] Não agrido mas tambem não fico
de joelhos para ninguém", disse.
Fonte: Site O Globo 21/06/2014
Nenhum comentário :
Postar um comentário