O corregedor-geral eleitoral, João
Otávio de Noronha, disse nesta sexta-feira (31) ao G1 considerar
“muito negativo” para o processo eleitoral e a imagem do Brasil o pedido do
PSDB para que seja realizada uma auditoria no resultado da eleição
presidencial.
Responsável por fiscalizar a
regularidade dos serviços eleitorais em todo o país, o ministro do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) defendeu o sistema de apuração dos votos e
destacou que os candidatos precisam “saber ganhar e perder”.
“Isso é muito negativo para a imagem
do processo eleitoral do Brasil. As pessoas têm que saber ganhar e perder. O
sistema é seguro, é verificado, checado, auditado. Esse pedido causa uma imagem
muito ruim para o país. Acredito que a cúpula do partido não foi consultada”,
afirmou.
O pedido de auditoria foi apresentado
pelo deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP), coordenador jurídico da
campanha do candidato derrotado à Presidência Aécio Neves. Na peça
jurídica, o partido sugere a criação de uma comissão com representantes do
tribunal e de partidos para verificar o sistema que apura e faz a contagem dos
votos. O tucano argumenta que a confiabilidade da apuração e a infalibilidade
da urna eletrônica têm sido questionadas nas redes sociais.
Para viabilizar os trabalhos da comissão
que pretende ver criada, o partido requer acesso às cópias dos boletins de urna
de todas as sessões eleitorais do país, dos arquivos eletrônicos que compõem a
memória de resultados, de cópia eletrônica dos logs originais e completos das
urnas eletrônicas, dos arquivos eletrônicos contendo logs detalhados, originais
e completos, correspondentes à transmissão e ao recebimento de todos os dados
de apuração.
Além disso, o PSDB solicita acesso a
todos os registros técnicos sobre a atualização do sistema de operacionalização
do segundo turno da eleição presidencial; acesso aos programas de totalização
de voto utilizado pelos tribunais regionais eleitorais e o TSE; e acesso aos
programas e arquivos de algumas urnas eletrônicas utilizadas na eleição.
De acordo com Noronha, as informações
e documentos solicitados pelo PSDB já são disponibilizados aos partidos ou
estão acessíveis pela internet. “A maioria dos dados que ele pede está
disponibilizado no site. Vamos fornecer tudo”, disse o ministro do TSE.
Ele
destacou, porém, que o pedido de criação de uma comissão formada por
especialistas e funcionários do TSE precisa ser deliberado pelo tribunal.
“Isso acho que não vamos permitir. Não
vejo necessidade. Não vamos deixar jogar por terra a imagem da Justiça
Eleitoral. Eu sou corregedor. Você me aponta uma irregularidade e eu irei
apurar. Você não pode fazer uma suspeita geral", declarou.
Fonte: Site O Globo 01/11/2014
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