Deu Santa Catarina na maior rivalidade das Olimpíadas Escolares 2011. Na final da manhã deste domingo (11), a equipe feminina de vôlei da Escola de Educação Básica Francisco Mazzola, de Nova Trento, conquistou o terceiro título consecutivo da competição para atletas de 15 a 17 anos, sendo o segundo na Divisão Especial.
A vitória por 3 sets a 1, com parciais de 25/21, 18/25, 25/19 e 25/23, sobre o Centro Educacional da Lagoa (RJ), reuniu a nata do voleibol de base brasileiro no ginásio do Colégio Marista Paranaense, em Curitiba, que sedia até este domingo as Olimpíadas.
Entre as atletas que disputam competições internacionais, destaque para a catarinense Rosamaria Montibeller, que conquistou o quinto título das Olimpíadas Escolares. Ela estreou em 2006, com 12 anos, quando ficou em quarto lugar na competição e, desde então, se acostumou a subir no degrau mais alto do pódio. Bicampeã em 2007 e 2008, na etapa de 12 a 14 anos, a atleta faturou ainda os títulos de 2009, pela Primeira Divisão, além de 2010 e 2011, na Especial.
"Não consigo nem falar. Fechei minha participação com chave de ouro", disse Rosamaria, que já foi contratada pelo São Caetano (SP) e disputa sua primeira Superliga a partir de janeiro, quando terminar os estudos no colégio. Rosamaria, 17 anos, passou a integrar a seleção brasileira infanto-juvenil no ano passado e, com o grupo, conquistou o título sul-americano disputado no Peru (2010), além do quinto lugar no Mundial Juvenil da Turquia (2011).
A equipe de Nova Trento contou ainda com a precisão no ataque da ponta Karoline Tormena, de 15 anos, capitã da seleção brasileira que recentemente conquistou o título sul-americano infantil no Uruguai. A jovem que faturou a prata em 2010, na categoria de 12 a 14 do torneio estudantil, ganhou agora o ouro. "Acabamos perdendo para o Rio de Janeiro na final e ficamos com o vice-campeonato no ano passado. Jogar contra elas é sempre uma partida especial", afirmou após a partida, ressaltando que as cariocas estavam entaladas na garganta.
Outro destaque da equipe comandada pela técnica Karina de Souza foi a central Raquel Loff, de 16 anos e 1,90m, "Elas postaram no Twitter e no Facebook que iriam ganhar dessa vez, que não teria pra ninguém. Mas com muita humildade e determinação, nós conquistamos a vitória", disse Raquel, uma autêntica brasileira. "Sou paulista, mas meu coração é gaúcho porque meus pais são de lá. Me mudei para a Bahia e agora moro em Santa Catarina desde o início do ano", disse a nômade, cujos pais ainda moram em Salvador (BA) e é chamada de Baiana pelas colegas.
A vitória também foi uma espécie de revanche para a coordenadora Vandeca, que dirigiu a equipe da escola de Nova Trento nas Olimpíadas Escolares - 12 a 14 anos, disputadas em setembro, em João Pessoa, e perdeu a decisão por 3 a 2 justamente para o colégio carioca em mais um confronto da rivalidade existente entre as duas escolas.
Fofão, da seleção adulta, entregou as medalhas às catarinenses.
Neste domingo, as catarinenses iniciaram o jogo de forma arrasadora e marcaram os cinco primeiros pontos da partida. O time conseguiu manter a vantagem até o fim do primeiro set. No segundo, o jogo estava disputado até o empate em 12 pontos, quando o panorama mudou. Formado por uma verdadeira seleção (são quatro jogadoras atuando no Flamengo, três no Fluminense, uma no Tijuca e outra no Niterói e sob o comando do técnico do Vasco Fred Lima), o time carioca conseguiu seis pontos consecutivos, fez 18 a 12 e fechou em 25/18. Tudo igual em sets: 1 a 1.
No terceiro set, as cariocas abriram logo 6 a 2 no placar, mas o time catarinense não deixou a bola cair, virou o jogo e fechou a parcial em 25/19. No quarto set, o time carioca voltou a dominar as ações no início e chegou a ter sete pontos de vantagem (13 a 6). Mas o time empacou nos 18 pontos e, num contra-ataque mortal, finalizado por Rosamaria, e um bloqueio da central Raquel, a equipe catarinense virou o jogo para 22 a 21. O ponto final aconteceu num erro de ataque de Drussyla, que nessa hora já sentia a pressão do jogo - ela atacou com lágrimas escorrendo no rosto.
Drussyla foi uma das atletas que se destacaram no time Rio de Janeiro na competição e na partida. Com 15 anos, ela foi eleita melhor jogadora do último Campeonato Sul-americano Infantil, o mesmo em que a catarinense Karoline foi capitã; a oposta Isabella Batista, de 17, reserva de Rosamaria na seleção juvenil, e a levantadora Luiza Martins.
Na arquibancada, assistindo ao show das futuras estrelas da seleção brasileira adulta, e quem sabe dos Jogos Olímpicos Rio 2016, a Embaixadora das Olimpíadas Escolares, Fofão, ainda teve tempo para entregar as medalhas às atletas no pódio. Um dia para nenhuma atleta catarinense esquecer.
Maior e mais importante competição estudantil do país, as Olimpíadas Escolares são organizadas e realizadas pelo Comitê Olímpico brasileiro em parceria com o Ministério do Esporte e confederações olímpicas. O governo do Estado, por intermédio da Fesporte, fornece a todos os integrantes da delegação catarinense passagens terrestres, um agasalho completo com duas camisetas, além de atendimento fisioterápico, complementação alimentar, como cereais e frutas, e água mineral e suco para hidratação.
Fonte: site www.fesporte.sc.gov.br 11/12/2011
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