segunda-feira, 12 de março de 2012

Atualidade: Jovem de Floripa relata sua aventura de bicicleta até Nova Trento – Parte Final


Continuando...

Fiquei conversando com um senhor, que me falou dos ventos "Tá batendo o norte agora, mas amanhã podes ter certeza que vai virar o sul". Pela conversa que tive com ele com certeza ele também devia pescar.

Quando era 13:50hs montei na bike de novo rumo a Nova Trento. Saindo de Tijucas, depois de um trecho com uns paralelepípedos aconteceu a desgraça. Eu sabia já de antemão, antes de sair, que teria que trocar os cubos das rodas, sobretudo o traseiro. Decidi arriscar e viajar com ele assim, "acho que 170km aguentam", pensei. Mas não. Foi pegar o asfalto de novo que senti a folga na roda. Lamentável.
Ainda tinha 30km pela frente! Paciência. Depois de pedalar uns 12km, entrei num posto (acho que já era em Canelinha), que vi o tamanho do estrago: as pastilhas de freio tinham ido pro pau por causa da roda frouxa. Tirei essas fotos das pastilhas depois que cheguei em casa:
A pastilha da esquerda ficava na parte direita da roda traseira. Na parte superior é possível perceber o metal já aparecendo. Exatamente isso que tava raspando no aro e fazendo um barulho muito esquisito. E eu pensando besteira... Tirei as pastilhas traseiras e segui até Nova Trento sem usar os freios traseiros, tinha umas descidas não muito pesadas. Foi tranquilo até.
Parei num buteco, tomei um caldo de cana e toquei adiante. Eram quase 16hs quando cheguei em Nova Trento. De pronto procurei um telefone pra ligar pro Heron, amigo do Pedro. Parei na frente de uma loja Berlanda (os caras tão em tudo no interior!) e fui na lanchonete do lado comprar um cartão telefônico.
Foi engraçado, porque tinha 2 meninas tomando um milk-shake e me viram, com aquela cara de acabado e sujo, entrando e pedindo um cartão telefônico, começaram a rir, é claro... Depois até eu ri! Liguei, e descobri que tava longe uns 3km. Lá vamos nós!
Ainda não tava escurecendo, meu medo maior que a chuva era pedalar no escuro! "Não, entra aqui no Trinta Réis e vai em direção ao Calvário". Até aí tudo bem, sabia que Calvário ele tava falando. Mas eu tinha ido até lá de ônibus, uns 15 anos antes! Mas de bike...
Achei a tal da placa do Trinta Réis depois da ponte, mas ao invés de seguir reto eu virei a esquerda! Passei por 2 telefones públicos e nada de funcionar... Tava ficando puto já! Aí vi um trecho em obras... Uma lamaçal só, "não pode ser por aqui...".
E voltei pela rua, nisso vi um tiozinho na frente de casa, na rua tinha um dos orelhões que não funcionavam, aproveitei e perguntei: - Tem algum telefone desses funcionando? - Acho que pra lá adiante tem um! - Não funciona... Acabei de vir de lá. - Lá pros lados do Calvário (e apontou pra rua que eu deveria ter ido) deve ter. Aí que me liguei do erro... - Ah, tá certo então, muito obrigado! E fui... Dobrei em direção ao Calvário e aquele lugar me pareceu familiar, até porque passei por ali quando era pequeno, com minha mãe.
Vi o Calvário de Santa Paulina, e segui reto. Aí me ocorre a feliz idéia de ligar pro Heron, de novo! - Heron, tô aqui na frente de uma loja de material de construção! É pra cá? - Cara, tu passou direto! Volta que eu vou te esperar na entrada da rua. E encontrei o Heron! Depois de quase 5hs pedalando e 100km percorridos desde Florianópolis.
Eram 16h48min. Logo fui conversando com o Heron e trocando uma idéia da estrada. Gente finíssima! No dia seguinte avaliei o estrago da viagem. Perguntei pra ele de uma bicicletaria, fui atrás pra pelo menos ver o que podia ser feito.
Cheguei lá e descubro que o cubo já era... Mas assim mesmo troquei as pastilhas de freio e segui até a rodoviária, pra ver a volta pra casa. - Tem que conversar com o motorista, pra ver se ele deixa colocar a bicicleta no bagageiro. O mesmo papinho de sempre...
Eram 11hs e o ônibus saia 13:45hs. Voltei pra casa do Heron, arrumei minhas coisas, almocei e fui pra rodoviária. Eram 14hs, o ônibus chegou de Blumenau, conversei com o motorista e tudo certo! A bike foi solita no bagageiro. Durante a viagem de volta, reparei no vento na 101. Realmente virou, tava batendo um sul bem forte! Acho que tão forte quando enfrentei na ida... Cheguei em Florianópolis às 16hs.
De um modo geral, tirando os percalços e imprevistos achei bastante válida essa incursão. Justamente pela avaliação dos erros cometidos, seja com as peças ou com o meu (des) preparo físico. Fiz a viagem no tempo que me programei, 100km em 5hs em cima da bicicleta.
Agora é arrumar "A Poderosa" e partir pra outra! Agradeço a quem me ajudou, ao André (do blog Pedarilhos), à rapaziada do orkut que sempre manda dicas boas (Daniel, Ricardo, Nelson e etc) e ao Heron por me acolher na sua residência. Fica aqui meu abraço a todos! E toca pra próxima!

Site: biocicleta.com.br/antoniocelso 07/02/2012

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