sábado, 24 de março de 2012

Destaque Político SC: Custo da máquina pública é desafio para governo do Estado

Gestão Colombo está na terceira tentativa de cortar gastos com a estrutura administrativa.
Em um ano e três meses à frente no cargo, o governador Raimundo Colombo (PSD) já fez três anúncios de medidas na tentativa de reduzir os custos da máquina pública. Desde 2001, manter a estrutura do Estado aumentou 135%, enquanto o valor de investimentos subiu 99%. Quem já passou pela administração pública alerta que é caro manter a máquina pública, mas que outras despesas pesam mais no bolso do governo.
O professor universitário Ubiratan Rezende, peça-chave no primeiro ano da gestão Colombo na Secretaria da Fazenda, considera que é mais fácil falar em redução do custeio do que atacar os grandes itens que são "politicamente espinhosos" e geram mais despesas. 
Como exemplo, o ex-secretário cita a folha de pagamento e os obrigatórios repasses constitucionais.
— Não que isto não seja desejável (conter o aumento do custeio). É. Só que o que se "economizaria" eventualmente seria quase irrelevante do ponto de vista de recursos adicionais para investimento — avalia. 
No ano passado, apesar do esforço do governo do Estado com as duas primeiras medidas para diminuir os custos — a contenção dos 120 dias e a determinação que cada órgão diminuísse 15% de seu custeio —, o total de investimentos catarinenses diminuiu e o custeio aumentou. 
Para Ubiratan, o crescimento dos custos com a máquina foi insignificante perto do aumento de itens como a folha. 
— O investimento diminuiu, e continuará diminuindo, porque o Estado brasileiro chegou ao limite da extorsão fiscal que pratica e a lógica de manutenção do poder — afirma. 
O vice-governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB) concorda que a receita é muito atrelada aos repasses constitucionais. Ele acrescenta que há uma pressão muito forte dos municípios para repasses de verbas 
— Acho que, agora, teremos uma situação mais clara por causa do efetivo controle do Derly — afirmou, sobre a nova função do secretário Derly Anunciação, de coordenar as ações e acompanhar os gastos do Estado. 
O ex-secretário da Fazenda Antonio Carlos Vieira diz que a dívida pública também dificulta as tentativas de diminuir despesas. – Para aumentar a capacidade de investimento, só reduzindo a estrutura – diz ele, citando as regionais.

Fonte: Site Jornal A Notícia 20/03/2012

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