quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Eleição 2012: Especialistas dão dicas para escolher bem o candidato à Prefeitura e à Câmara de Vereadores

Confira dicas sobre o que o eleitor deve observar nos candidatos na hora de decidir – e garantir o melhor – voto.

Saber escolher bem o candidato que irá governar a cidade ou fiscalizar a gestão do município nos próximos quatro anos é fundamental para garantir que os recursos públicos sejam investidos de maneira adequada.

Para ajudar o eleitor a acertar nessas escolhas em 7 de outubro, “A Notícia” ouviu três especialistas e pediu a cada um deles dicas sobre o que o eleitor deve observar nos candidatos na hora de decidir – e garantir o melhor – voto.

No cenário atual da política, em que um bom marqueteiro pode fazer verdadeiros milagres e mudar radicalmente a imagem de um candidato, é importante o eleitor estar atento a alguns sinais. 

O primeiro deles é identificar se o discurso e a postura apresentados pelo político são condizentes com a imagem construída ao longo da vida pública ou se fazem parte de um personagem cuidadosamente criado para conseguir votos.

Quem não quer correr o risco de cair em armadilhas pode e deve se informar, conhecer a vida pessoal e profissional do candidato.

O passado dele também é importante. Verifique se é fiel ao partido, se as propostas dele são executáveis e se esse candidato inspira confiança. Reúna e compare propostas, não siga a opinião de outras pessoas e pense bem antes de fazer a sua opção. Confira as principais dicas abaixo:


- Ficha Limpa: Verificar se o candidato tem alguma condenação na Justiça ajuda a identificar condutas e ações que fez no passado. Além disso, para o doutor em ciência política e social Eduardo Guerini, também demonstra a responsabilidade na administração das contas públicas – probidade administrativa.
- Trajetória: O mestre em sociologia política e coordenador do Instituto de Pesquisas da Univali, Sérgio Saturnino, alerta os eleitores para observarem o passado do candidato, indo a fundo na investigação da vida do candidato, inclusive na sua trajetória pessoal. “É importante saber o que ele já fez de bom e de ruim”, sugere.
- Inspirar Confiança: Saturnino afirma que o candidato tem que inspirar confiança. “Não basta parecer, tem que ser”, diz. Para o especialista, quando o candidato apresenta um perfil na campanha muito diferente da imagem que tinha até então as pessoas sabem que não é verdadeiro.
- Fidelidade partidária: Observar se o candidato trocou muitas vezes de partido pode ser um bom critério para avaliar sua moral. “Um político que já teve várias siglas demonstra que não é fiel nem ao partido”, analisa Guerini.
- Fiscalização: Se você conseguir eleger seu candidato, começa a missão mais difícil da democracia. Você, eleitor, terá a missão de acompanhar as ações do político e cobrá-lo sobre promessas e compromissos eleitorais. O melhor caminho para isso é a informação.

Critérios específicos para o candidato a prefeito

- Gestor: O candidato tem que ter noções de administração para dar conta de gerir as contas da cidade e não ficar refém de assessores e grupos de interesse, diz Sérgio Saturnino.
- Liderança: O especialista em direito eleitoral Fernando Fernandez explica que ter liderança é um ponto importante para um candidato a prefeito. “Tem que ter iniciativa. Em via de regra, o prefeito é quem comanda, mas não deve confundir autoridade com autoritarismo. Ele deve se fazer ouvir e se fazer seguir para conseguir liderar os administrados”, explica.
- Propostas: O eleitor tem que prestar atenção nas propostas apresentadas pelo candidato e se ele explica como pretende viabilizá-las para ter certeza de que são realizáveis. Segundo Saturnino, um candidato que propõe uma obra num valor incompatível com o orçamento da Prefeitura e não mostra como vai conseguir o dinheiro é um exemplo negativo.
- Fidelidade programática: É importante verificar se as propostas apresentadas pelo candidato nos programas eleitorais estão no programa de governo registrado na Justiça Eleitoral. “É comum, no desespero por votos, o candidato começar a ventilar propostas inexequíveis”, diz Eduardo Guerini.
- Propaganda eleitoral: O tom utilizado na propaganda eleitoral é considerado por Guerini um bom indicativo das intenções do candidato. “Ver se a propaganda é propositiva, se é agressiva ou apresenta apenas propostas inexequíveis”, explica.

Critérios específicos para o candidato a vereador

- Autonomia: Os eleitores deve se informar se o candidato a vereador compõe alguma aliança, saber quem são os financiadores da sua campanha. “O vereador é o representante da comunidade. Se ele chegar à Câmara dentro de uma aliança, ele não vai representar os interesses dos eleitores”, alerta Eduardo Guerini.
- Quem representa: O eleitor deve procurar saber quem o candidato a vereador se propõe a representar na Câmara. Para Saturnino, o ideal é que o eleitor escolha um candidato que vai brigar pelos interesses do bairro ou região em que ele vive.
- Idéias que defende: Conhecer as ideias do candidato é de extrema importância para o eleitor saber, após as eleições, se vai ser representado. “Como vai agir de forma a ser um parlamentar representante da comunidade”, defende Guerini.
- Saber Argumentar: O papel do vereador é fazer negociação em base de conflito, isto é, defender constantemente os projetos que considera essenciais para a população, por isso ter uma boa argumentação é fundamental, explica Sérgio Saturnino.
- Integrante de organizações: Observar se o candidato faz ou fez parte de organizações de interesse como ONGs, associação de moradores, é importante para avaliar se ele tem o perfil de representante do povo, se tem na sua trajetória um histórico de defender projetos que beneficiem a população, destaca Saturnino.

Fonte: site Jornal A Notícia 01/10/2012

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