sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Eleição 2012: Colombo e Luiz Henrique encaixam as peças para as eleições de 2014

Definições de segundo turno tiveram influência das duas lideranças políticas.
Mais até do que os três prefeitos eleitos, o governador Raimundo Colombo (PSD) e o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) são os grandes vitoriosos do segundo turno das eleições municipais em Santa Catarina.
O primeiro, comemorou a vitória do aliado Cesar Souza Junior (PSD) sobre Gean Loureiro (PMDB) em Florianópolis, colocando pedras no caminho do atual prefeito Dário Berger (PMDB) em sua pretensão de ser candidato do PMDB ao governo.
O segundo, manteve intacto o prestígio de maior articulador político do Estado ao ser o principal fiador da surpreendente vitória do empresário Udo Döhler (PMDB), em sua estreia nas urnas, contra Kennedy Nunes (PSD).
Como pano de fundo de ambas as disputas, um projeto só: a manutenção da tríplice aliança (PSD, PMDB e PSDB) em torno de Colombo em 2014. Luiz Henrique foi o grande arquiteto da articulação que manteve os partidos unidos em 2010, quando os três tinham pré-candidatos ao governo. Se Udo Döhler fosse derrotado no último domingo, ficaria enfraquecido diante da ala peemedebista que aposta em aproximação com o PT e lançamento de candidatura própria ao governo estadual — projeto representado por Dário Berger (PMDB).
Dessa forma, mesmo vendo o colega de partido Kennedy Nunes derrotado em Joinville, Colombo não tem do que se queixar. Por lealdade a LHS, Colombo não participou da campanha do pessedista joinvilense. No período pré-eleitoral, chegou a convidar Kennedy para ser secretário estadual, na tentativa de tirá-lo da disputa.
Em Blumenau foi travada outra disputa dentro da tríplice aliança, mas entre PSD e PSDB. Nesse caso, estava em jogo o fortalecimento da liderança do atual prefeito João Paulo Kleinübing (PSD), que apostava em Jean Kuhlmann (PSD) contra a candidata do PT, Ana Paula Lima.
O crescimento da candidatura de Napoleão Bernardes (PSDB) na reta final do primeiro turno, ampliado no segundo, desfez todas as perspectivas e recolocou o PSDB no jogo de 2014.
A mais expressiva vitória tucana em 7 de outubro havia sido a reeleição de Clésio Salvaro (PSDB) em Criciúma, com mais de 70% dos votos. Mas essa conquista ainda depende de confirmação no Tribunal Superior Eleitoral, porque o tucano está enquadrado na Lei Ficha Limpa, o que pode resultar em nova eleição na principal cidade do Sul do Estado.
Com a vitória em Blumenau, os tucanos ganham uma vitrine para 2014 e fortalecem a ideia de candidatura própria, hoje encarnada pelo senador Paulo Bauer (PSDB).
Os resultados do segundo turno confirmam um quadro desenhado no primeiro turno, quando o PMDB venceu no maior número de municípios, o PSD avançou sobre importantes redutos eleitorais adversários e os partidos de oposição, especialmente PT, saíram fragilizados.
Os petistas ampliaram o número de prefeituras a administrar, mas não emplacaram nenhuma entre as dez maiores cidades catarinenses. Além disso, saem divididos do segundo turno.
Em Florianópolis, as principais lideranças estaduais do partido — Ideli Salvatti, Claudio Vignatti e José Frisch — apoiaram ostensivamente Gean Loureiro, mesmo contra a orientação de neutralidade do PT municipal. Apostavam no fortalecimento de Dário e tirar o PMDB da aliança que governa o Estado.
Em Joinville, o trauma foi ainda maior. Enquanto as lideranças estaduais sinalizavam pró-Udo, o prefeito Carlito Merss (PT), terceiro colocado no primeiro turno, surpreendeu indicando apoio a Kennedy. Os resultados deixaram os petistas sem ter o que comemorar.

Fonte: site Jornal A Notícia 28/10/2012

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