terça-feira, 30 de abril de 2013

Aconteceu: Eler lutou contra a discriminação

Aconteceu em 19 de Janeiro de 2001.

            “Neotrentina foi estopim para a aprovação da lei que concede cidadania italiana a brasileiros, mas sua história não foi divulgada.

            Eler Franzoi tem 39 anos... Natural de Nova Trento mas morando em Trento – Itália, hácerca de 10 anos, ela foi a principal responsável pela aprovação da Lei que concede aos descendentes dos imigrantes trentinos que partiram antes de 1920, o direito à cidadania italiana. Mas a batalha de Eler não foi divulgada pelos representantes da Província e da Associação Trentini nel Mondo em visita ao Brasil, incluindo a cidade de Nova Trento. O fato a revolta...
            Tudo começou em outubro do ano passado. Eler é casada com um trentino, com quem tem um filho chamado Gabriel. Depois de 10 anos em Trento o Estado lhe retirou o passaporte italiano, alegando que o Consulado da Itália em Curitiba havia encontrado um erro na documentação.
            O problema era o de que os antepassados dela partiram de Telve Valsugana região pertencente na época da emigração ao Império Austríaco. Eler tornava-se então uma “extracomunitaria”, com pouquíssimos direitos. Mas ela não se conformou. Foi procurar o sociólogo e jornalista Renzo Grosselli, do jornal L'Adige. Começava a luta que culminou na aprovação de uma lei que vai beneficiar descendentes no mundo inteiro...
            Num primeiro momento, ela também pediu ajuda ao presidente da Província Lorenzo Dellai. Mas logo ganhou apoio do deputado Sandro Schmid e do senador Tarcisio Andreolli, ambos trentinos. A denúncia da neotrentina chegava a Roma, começando a fazer pressão sobre os parlamentares para que a lei fosse desbloqueada.
            Mesmo com o cancelamento do passaporte, Eler teria seus direitos como cidadã italiana garantidos por ser casada com um italiano. “Mas não importa se tenho o meu marido, meu sangue é trentino. Meu avô só falava dialeto trentino, não sabia o português. Me senti discriminada”, afirma.
            Hoje, a lei que concede aos descendentes dos imigrantes trentinos o direito à dupla cidadania já está aprovada.”

Fonte: Jornal O Município 19/01/2001

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