quinta-feira, 25 de abril de 2013

Ciência Política: Ideologia Política - Conservadorismo

O conservadorismo é uma corrente de pensamento político surgida na Inglaterra, no final do século XVIII, pelo político whig Edmund Burke,
como uma reação à Revolução Francesa, cujas utopias resultaram imediatamente em instabilidade política e crise social na França. O pensamento conservador expandiu-se pelo mundo principalmente após o período do Terror  jacobino, que, durante o auge da Revolução, causou a morte de 35 mil a 40 mil pessoas.
O termo "conservador" denota a adesão a princípios e valores atemporais, que devem ser conservados a despeito de toda mudança histórica, quando mais não seja porque somente neles e por eles a História adquire uma forma inteligível. Por exemplo, a noção de uma ordem divina do cosmos ou a de uma natureza humana universal e permanente.
Para os conservadores, as melhores instituições sociais e politicas não são aquelas que são inventadas pela razão humana (como defende o chamado racionalismo político), mas sim as que resultam de um lento processo de crescimento e evolução ao longo do tempo (como a não-escrita constituição inglesa face às Constituições promulgadas pelos revolucionários franceses).
Não acreditando na "bondade natural do Homem", os conservadores consideram que são os constrangimentos introduzidos pelos hábitos e tradições que permitem o funcionamento das sociedades, pelo que qualquer regime duradouro e estável só poderá funcionar se assente nas tradições.
Assim, para os conservadores não faz sentidos elaborar projetos universais de sociedade ideal - não só tal sociedade será inatingível (devido ao que acreditem ser a imperfeição intrínseca da natureza humana), como, devido a diferentes povos terem diferentes histórias e tradições, o modelo social mais adequado a um povo não será o mais apropriado a outro - criticando os revolucionários franceses, Joseph de Maistre escreveu "A Constituição de 1795 (...) foi feita para o homem.
Ora, não existe homem no mundo. Tenho visto na minha vida franceses, italianos, russos, etc., mas quanto ao homem declaro nunca o ter encontrado no minha vida" (ou Metternich acerca da revolução napolitana "Um povo que não sabe ler nem escrever, cuja última palavra é o punhal - belo material para principios constitucionais!... A constituição inglesa é a obra de séculos... Não há uma receita universal para constituições.").
Os conservadores consideram que o individualismo e as promessas de liberdade irrestrita conduzem ao estatismo e ao Totalitarismo: para eles, a dissolução da sociedade realmente existente e das suas instituições tradicionais intermédias gera um vazio que abre caminho ao crescimento da máquina estatal; assim, os conservadores fazem a apologia desses corpos intermédios (família, Igreja, comunidade local, etc.), em oposição tanto ao individualismo como ao estatismo e ao coletivismo.
Há conservadores que se aproximam do tradicionalismo, por exemplo quando se opõem à representação política individualista, baseada no princípio “um homem, um voto”, baseando-se no reconhecimento exclusivo do Estado e do Indivíduo, e ignorando os corpos intermédios.
Em alternativa ao sufrágio igualitário, direto e universal, os tradicionalistas têm lutado por sistemas de representação de grupos (e não dos indivíduos), defendo representações não ideológicas, como a representação municipal ou sindical, o mesmo número de deputados por região (independentemente da população), etc.
Hoje em dia, os conservadores ingleses não só os ligados ao Partido Conservador do Reino Unido tendem sobretudo a defender o que está, como a defesa dos lordes hereditários, e os conservadores americanos sejam ou não ligados ao Partido Republicano dos Estados Unidos já defende o Colégio Eleitoral (em que o presidente é, formalmente, eleito pelos estados e não pelos indivíduos).

Fonte: Wikipédia

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