sábado, 13 de abril de 2013

Destaque Político SC: Governo de SC chega mais perto do limite de gastos com servidores

As projeções se concretizaram: Santa Catarina ultrapassou o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal em março.
    Dados da Secretaria da Fazenda dão conta de que as despesas com pessoal consumiram R$ 6,9 bilhões, o que representa 47,15% da receita corrente líquida. O cálculo considera 12 meses, entre março de 2012 e março de 2013. 
— O quadro é grave. Nos dois primeiros meses, estávamos à beira do limite. No terceiro mês, ultrapassamos esse limite, o que significa que, muito provavelmente, a média do quadrimestre não vai ser boa e vamos entrar no limite prudencial — fala o secretário da Fazenda, Antônio Gavazzonni.
Uma vez que a média ultrapasse a marca dos 46,55% estabelecidos legalmente, o que deve ser analisado pelo TCE em maio, o governo será impedido de dar aumento salarial, criar cargos, nomear servidores e contratar horas extras.
Na prática, considerando que a ordem agora é não "ceder às pressões dos sindicatos", os pouco mais de 133 mil servidores não devem ganhar reajuste tão cedo. Novas contratações ainda não estão suspensas, mas deve ser dada prioridade para áreas como saúde, educação e segurança.
— Não tem milagre: o limite da lei nos impede de ceder (aos pedidos de reajuste). Nem que o governador (Raimundo Colombo) queira, a gente consegue (dar aumento aos servidores) — avisa o secretário.
O desequilíbrio é atribuído à queda da arrecadação e a vinda de menos recursos de Brasília. Em um ano, entre março de 2012 e março de 2013, a receita líquida estadual caiu R$ 44 milhões. O Estado não recebeu um único centavo da União pela Lei Kandir. Houve ainda a diminuição de R$ 2 milhões no repasse de IPI. O ICMS caiu R$ 7 milhões.
— A verdade é que este não está sendo um grande ano: não temos controle da economia nem dos repasses federais para o Estado.
Para reverter os números atuais, o governo aposta numa combinação entre o aumento da arrecadação e o combate à sonegação fiscal. Há ainda grande expectativa em torno da injeção de dinheiro na economia que deve ser proporcionada pelas ações previstas no Pacto por Santa Catarina. Em números absolutos, para cumprir a lei e tirar o Estado do limite, a receita teria de aumentar em R$ 187 milhões.
Outra alternativa seria cortar despesas em R$ 87 milhões, inviável porque não se pode demitir concursados. No pior dos cenários, se as despesas atingirem 49% da receita, SC para de receber as transferências constitucionais da União.

Fonte: Site Jornal A Notícia 12/04/2013

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