domingo, 30 de junho de 2013

Atualidade: Crescimento de partidos menores pode provocar segundo turno

A pesquisa Datafolha divulgada ontem teve a recepção esperada no governo e na oposição.
     Petistas argumentam que Dilma Rousseff ainda é bem avaliada e ganharia no primeiro turno se a eleição fosse hoje. Tucanos acham que a queda de oito pontos na popularidade presidencial é o prenúncio de uma derrocada mais adiante.
Governo e oposição estão apenas fazendo apostas. Nunca no Brasil contemporâneo a sucessão presidencial esteve definida com tanto tempo de antecedência.
Um aspecto ainda indefinido é que ninguém sabe quantos candidatos estarão na corrida presidencial de 2014. Quanto mais nomes competitivos, maior a chance de a decisão ir ao segundo turno --que ocorre se nenhum dos postulantes obtém, pelo menos, 50% mais um dos votos válidos.
Em 2010, havia três candidatos competitivos: Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (então no PV e hoje montando a Rede). Para 2014, até o momento, há quatro nomes tradicionais pré-lançados: Dilma, Marina, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
Entre os partidos menores, já se declarou pré-candidato a presidente Everaldo Pereira, pastor evangélico e vice-presidente nacional do Partido Social Cristão --do polêmico deputado Marco Feliciano. Essa agremiação cresce a cada eleição.
Em 2002, o PSC elegeu um deputado federal e teve 500 mil votos no país inteiro. Em 2006, foi a nove cadeiras. Em 2010, dentro da aliança que deu a vitória a Dilma Rousseff, avançou mais e chegou a 17 deputados --com 3,1 milhões de votos no total.
Desde 2010 já não vigora mais a verticalização. Instituída em 1998, essa regra impedia que dois partidos aliados na disputa pelo Planalto apoiassem partidos divergentes nos Estados --e vice-versa. Agora, vale tudo.
Com o fim da verticalização, o número de nanicos voltou a subir. Em 2002, só houve dois microcandidatos na disputa pelo Planalto. Em 2006, foram quatro. Em 2010, chegaram a seis --mas com votação diminuta.
A fragmentação só ajuda a levar a eleição para o segundo turno se partidos pequenos e médios, estruturados como o PSC e o PSB, lançarem nomes próprios à disputa pela Presidência. Por enquanto, esse é o cenário que vai surgindo.

Fonte: site Jornal Folha SP 20/06/2013

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