A queda brusca na popularidade da
presidente Dilma Rousseff (PT) revelou que as eleições do próximo ano terão
disputas acirradas.
Se alguém dava como certa a recondução da petista ao
Planalto, a partir de agora, o cenário é outro. Dilma caiu de 57% para 30% em
popularidade e em intenções de voto de 51% para 30%, de acordo com pesquisa
Datafolha divulgada pela Folha de S.Paulo no final de semana. Na avaliação do
Doutor
Fleischer considera que se os
protestos nas ruas pararem, ainda será possível reverter a queda, assim como
fez o então presidente Lula durante o escândalo do Mensalão. Se continuarem, o
abalo do governo será ainda maior. O pesquisador alerta que também a
popularidade dos governadores deve cair tanto quanto ou até mais que a da
presidente.
No sábado, Dilma recebeu no Palácio da
Alvorada os ministros da Comunicação Social, Helena Chagas; das Comunicações,
Paulo Bernardo; e da Educação, Aloizio Mercadante, para conversar sobre a
pesquisa e as novas medidas a serem tomadas.
Apesar dos números da pesquisa, Bernardo
afirmou que Dilma está calma em relação à queda na sua popularidade. Ele
repetiu o discurso de que o resultado é conjuntural, decorrente do ambiente dos
protestos que tomaram as ruas do país nas últimas semanas.
De maneira geral, aliados preferiram atribuir
a queda a uma insatisfação com a classe política. Para o presidente nacional do
PT, Rui Falcão, a tendência da popularidade da presidente é de recuperação. Ele
afirmou que as medidas já tomadas como a proposta da realização de um
plebiscito sobre a reforma política, podem, no curto prazo, reverter a
situação.
A oposição avalia que o desgaste na
imagem da presidente demonstra falta de sintonia do governo com as necessidades
reais da população que estão sendo expostas nos protestos, além de representar
uma cobrança por mudanças em políticas administrativas e econômicas.
– É hora da presidente governar,
deixar o escapismo e assumir responsabilidades – afirmou o líder do PSDB no
Senado, Aloysio Ferreira (SP).
Ontem Dilma decidiu não ir à final da
Copa das Confederações, no Maracanã. Tradicionalmente, o presidente do país
sede do torneio entrega a taça ao campeão. Dilma foi vaiada no jogo de abertura
da Copa, em Brasília, e decidiu que, diante dos protestos nas ruas e de sua
queda de popularidade, não seria o momento de aparecer num estádio, mesmo que
seja no evento-teste para a Copa do Mundo. A Fifa considerou o gesto um
desrespeito.
Sobe
e desce:
A avaliação ruim de Dilma pode se refletir
em outros candidatos:
- Dilma
A presidente que até três meses atrás
estava em uma situação de tranquilidade para a reeleição, sai arranhada. Corre
o risco de perder a vaga para uma candidatura de Lula.
- Lula
O ex-presidente conseguiu manter um percentual
que permitiria sua vitória no primeiro turno, mas mesmo assim também sentiu os reflexos negativos. Desce, mas não
tanto
quanto a presidente.
- Marina Silva
Desde a eleição de 2010, ela busca se
colocar como a terceira via na disputa PT-PSDB. A principal preocupação é
conseguir formar seu partido, para ser candidata. É a que mais sobe.
- Joaquim Barbosa
Ganhou popularidade depois do
julgamento do Mensalão, no Supremo Tribunal Federal. O ministro não tem
filiação partidária.
- Aécio Neves
Opositor de Dilma, conseguiu ganhar
pontos. Mas como o descontentamento das pessoas atinge a classe política como
um todo, esse fator acabou respingando também no tucano. Não sobe tanto quanto
Marina e Barbosa.
- Eduardo Campos
Passa pelos protestos sem ser afetado
e sem capitalizá-los para a sua candidatura.
Fonte:
site Jornal A Noticia 01/07/2013
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