Stalinismo designa o período em que o
poder político na antiga União Soviética foi exercido por Josef Stalin.
O
stalinismo não chega a ser uma "teoria", uma vez que sequer articula
de forma sistemática ou original determinados conceitos ou princípios.
O termo "stalinismo", na
maioria das vezes, designa essencialmente o domínio absoluto de uma dada
liderança, a qual dispõe de meios por intermédio dos quais estabelece como
"verdade" a sua interpretação particular do Marxismo, do qual se
arvora a condição de único e legítimo intérprete.
Críticos trotskistas do
stalinismo afirmam que tal corrente é anti-marxista: alguns afirmam que é
totalitária e mesmo fascista. Entre os académicos marxistas, tal corrente
(junto com outras) é chamada de marxismo vulgar, por ter incorporado à sua
base ideológica pensamentos não originários de Karl Marx.
Por outro lado, existem os que afirmam
que o regime de Stalin foi capaz de salvar o povo soviético da
invasão promovida pelo nazi-fascismo e ao mesmo tempo promoveu um
progresso econômico, científico, social, militar e político nunca visto
na Rússia e União Soviética.
Características do stalinismo: Os
regimes classificados com o termo "stalinista", seja sob conotação
pejorativa (pelos críticos) ou, ao contrário, laudatória (pelos admiradores),
apresentam determinadas características em comum com relação ao modo de
conduzir a assim chamada "construção do socialismo" e,
principalmente, a segurança do Estado. Embora não sejam necessariamente
todos adotados simultaneamente, são aspectos comuns do stalinismo, entre
outros:
-
Ditadura burocrática do regime de partido único;
-
centralização dos processos de tomada de decisão no núcleo dirigente do
Partido;
-
burocratização do aparelho estatal;
-
completa eliminação de quaisquer formas de oposição;
-
culto à personalidade do líder do Partido e do Estado;
-
intensa presença de propaganda estatal e exacerbado nacionalismo;
-
censura aos meios de comunicação e expressão;
-
perseguição das religiões e igrejas estabelecidas;
-
coletivização obrigatória dos meios de produção agrícola e industrial;
-
militarização da sociedade e dos quadros do Partido.
Stalinismo
como teoria do poder total:
O termo utilizado em países da antiga
União Soviética para designar o stalinismo (e que continuou sendo usado por
aqueles que apoiaram a política de Stalin) é
simplesmente marxismo-leninismo, tal como se designava oficialmente a
doutrina revolucionária na URSS.
Stalinismo
econômico e político:
Stalin deu ênfase ao desenvolvimento
do sistema econômico da União Soviética durante os anos
20 e 30. Uma série de planos quinquenais, tornou possível
o desenvolvimento acelerado da sua economia. Avanços se observaram em
alguns setores, especialmente do ferro e do aço.
Por causa do prestigio e influência da
Revolução na Rússia, muitos países que durante o século XX buscaram
um modelo alternativo ao sistema de mercado seguiram os passos da
URSS, tanto política como economicamente.
Stalinismo
e a burocratização:
Uma das principais características
atribuídas ao Stalinismo pelos seus críticos, principalmente os trotskistas foi
a burocratização do Estado (centralização do poder nas mãos de poucos). Este é
um dos pontos mais atacados pelos críticos da corrente, que acusam que Marx
sempre fora contra tal centralização. Segundo esses críticos, Marx visava um
Estado onde o poder estivesse com o proletariado, o que segundos os trotskistas
não aconteceu na URSS Stalinista, onde o poder estava centralizado no
Partido Comunista.
Os críticos do stalinismo consideram a
URSS como "um estado operário com deformações burocráticas", e não
exatamente um estado socialista. Para os trotskistas, o estado soviético sob
Stalin se converteu em um sistema que, em lugar da ditadura do proletariado
pregada por Marx, constituía-se de uma ditadura de uma casta dirigente que,
embora não fosse proprietária dos meios de produção e nem uma classe
social, acumularia benefícios e privilégios à custa da classe trabalhadora.
Stalin
e o socialismo nacionalista:
Outra crítica ao stalinismo é a ideia
de nacionalizar a revolução socialista, ou seja, mantê-la na URSS. Este é outro
ponto de divergência entre Stalin e Trotsky; este último defendia a
internacionalização da revolução, ou seja, defendia que a União Soviética
espalhasse sua revolução socialista pelo resto da Europa.
Entretanto, os stalinistas
argumentavam que era necessário primeiro consolidar o socialismo na URSS para
que, em longo prazo, esta tivesse força suficiente para sustentar a revolução
mundial. Segundo esta visão, caso os soviéticos se engajassem num conflito de
proporções globais antes de conseguir proteger-se e defender-se dos inimigos
capitalistas e fascistas, o socialismo fracassaria.
Stalinismo
no mundo:
Diversos governos socialistas
implantados em outros países além da URSS, principalmente no período
de 1945 a 1991, também foram diversas vezes classificados de
"stalinistas", graças a determinados métodos políticos e econômicos
empregados (ver Características acima).
Entre eles, destacamos os seguintes
exemplos:
-
Kim Il-sung e seu filho e sucessor Kim Jong-il na Coreia do
Norte;
-
Saddam Hussein no Iraque;
-
Mátyás Rákosi na Hungria;
-
Georgi Dimitrov na Bulgária;
-
Klement Gottwald na Tchecoslováquia;
-
Bolesław Bierut na Polônia;
-
Horloogiyn Choibalsan na Mongólia;
-
Enver Hoxha na Albânia;
-
Gheorghe Gheorghiu-Dej na Romênia.
Fonte: Wikipedia
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