sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Ciência Política: Correntes do Comunismo = Stalinismo

Stalinismo designa o período em que o poder político na antiga União Soviética foi exercido por Josef Stalin.
     O stalinismo não chega a ser uma "teoria", uma vez que sequer articula de forma sistemática ou original determinados conceitos ou princípios.
O termo "stalinismo", na maioria das vezes, designa essencialmente o domínio absoluto de uma dada liderança, a qual dispõe de meios por intermédio dos quais estabelece como "verdade" a sua interpretação particular do Marxismo, do qual se arvora a condição de único e legítimo intérprete.
Críticos trotskistas do stalinismo afirmam que tal corrente é anti-marxista: alguns afirmam que é totalitária e mesmo fascista. Entre os académicos marxistas, tal corrente (junto com outras) é chamada de marxismo vulgar, por ter incorporado à sua base ideológica pensamentos não originários de Karl Marx.
Por outro lado, existem os que afirmam que o regime de Stalin foi capaz de salvar o povo soviético da invasão promovida pelo nazi-fascismo e ao mesmo tempo promoveu um progresso econômico, científico, social, militar e político nunca visto na Rússia e União Soviética.
Características do stalinismo: Os regimes classificados com o termo "stalinista", seja sob conotação pejorativa (pelos críticos) ou, ao contrário, laudatória (pelos admiradores), apresentam determinadas características em comum com relação ao modo de conduzir a assim chamada "construção do socialismo" e, principalmente, a segurança do Estado. Embora não sejam necessariamente todos adotados simultaneamente, são aspectos comuns do stalinismo, entre outros:

- Ditadura burocrática do regime de partido único;
- centralização dos processos de tomada de decisão no núcleo dirigente do Partido;
- burocratização do aparelho estatal;
- completa eliminação de quaisquer formas de oposição;
- culto à personalidade do líder do Partido e do Estado;
- intensa presença de propaganda estatal e exacerbado nacionalismo;
- censura aos meios de comunicação e expressão;
- perseguição das religiões e igrejas estabelecidas;
- coletivização obrigatória dos meios de produção agrícola e industrial;
- militarização da sociedade e dos quadros do Partido.

Stalinismo como teoria do poder total:
O termo utilizado em países da antiga União Soviética para designar o stalinismo (e que continuou sendo usado por aqueles que apoiaram a política de Stalin) é simplesmente marxismo-leninismo, tal como se designava oficialmente a doutrina revolucionária na URSS.
Stalinismo econômico e político:
Stalin deu ênfase ao desenvolvimento do sistema econômico da União Soviética durante os anos 20 e 30. Uma série de planos quinquenais, tornou possível o desenvolvimento acelerado da sua economia. Avanços se observaram em alguns setores, especialmente do ferro e do aço.
Por causa do prestigio e influência da Revolução na Rússia, muitos países que durante o século XX buscaram um modelo alternativo ao sistema de mercado seguiram os passos da URSS, tanto política como economicamente.
Stalinismo e a burocratização:
Uma das principais características atribuídas ao Stalinismo pelos seus críticos, principalmente os trotskistas foi a burocratização do Estado (centralização do poder nas mãos de poucos). Este é um dos pontos mais atacados pelos críticos da corrente, que acusam que Marx sempre fora contra tal centralização. Segundo esses críticos, Marx visava um Estado onde o poder estivesse com o proletariado, o que segundos os trotskistas não aconteceu na URSS Stalinista, onde o poder estava centralizado no Partido Comunista.
Os críticos do stalinismo consideram a URSS como "um estado operário com deformações burocráticas", e não exatamente um estado socialista. Para os trotskistas, o estado soviético sob Stalin se converteu em um sistema que, em lugar da ditadura do proletariado pregada por Marx, constituía-se de uma ditadura de uma casta dirigente que, embora não fosse proprietária dos meios de produção e nem uma classe social, acumularia benefícios e privilégios à custa da classe trabalhadora.
Stalin e o socialismo nacionalista:
Outra crítica ao stalinismo é a ideia de nacionalizar a revolução socialista, ou seja, mantê-la na URSS. Este é outro ponto de divergência entre Stalin e Trotsky; este último defendia a internacionalização da revolução, ou seja, defendia que a União Soviética espalhasse sua revolução socialista pelo resto da Europa.
Entretanto, os stalinistas argumentavam que era necessário primeiro consolidar o socialismo na URSS para que, em longo prazo, esta tivesse força suficiente para sustentar a revolução mundial. Segundo esta visão, caso os soviéticos se engajassem num conflito de proporções globais antes de conseguir proteger-se e defender-se dos inimigos capitalistas e fascistas, o socialismo fracassaria.
Stalinismo no mundo:
Diversos governos socialistas implantados em outros países além da URSS, principalmente no período de 1945 a 1991, também foram diversas vezes classificados de "stalinistas", graças a determinados métodos políticos e econômicos empregados (ver Características acima).
Entre eles, destacamos os seguintes exemplos:
- Kim Il-sung e seu filho e sucessor Kim Jong-il na Coreia do Norte;
- Saddam Hussein no Iraque;
- Mátyás Rákosi na Hungria;
- Georgi Dimitrov na Bulgária;
- Klement Gottwald na Tchecoslováquia;
- Bolesław Bierut na Polônia;
 - Horloogiyn Choibalsan na Mongólia;
- Enver Hoxha na Albânia;
- Gheorghe Gheorghiu-Dej na Romênia.

Fonte: Wikipedia

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