domingo, 11 de agosto de 2013

Destaque Político SC: Bancada de Santa Catarina em Brasília gasta R$ 1,7 milhão com assessores

Levantamento feito pelo DC mostra como parlamentares usam verba de gabinete em contratações.

Os 16 deputados federais catarinenses empregam 363 funcionários em cargos de confiança (CCs), funções de livre nomeação. Em julho, a bancada gastou com salários R$ 1.201.182,51. Se forem somados aos vencimentos pagos aos 78 assessores dos três senadores do Estado, o valor sobe para R$ 1.704.897,26.
Os dados constam no levantamento feito pelo Diário Catarinense com base nas informações dos Portais da Transparência da Câmara e do Senado. A relação indica os gabinetes, os nomes e os salários brutos dos CCs, chamados de secretários parlamentares.
Pelas regras da Câmara, cada deputado pode gastar mensalmente R$ 78 mil em salários com o seu estafe, composto por até 25 secretários, nomeados por critério de confiança, com rendimentos entre R$ 845 e R$ 12.940. Horas extras e auxílios – como R$ 740 de vale-refeição – são adicionais ao salário dos servidores comissionados.
Os vencimentos estão distantes do teto do funcionalismo, que é de R$ 28.059,29. Em relação às normas internas, há dificuldade de aferir a frequência dos secretários, uma vez que o ponto não é obrigatório – quem é lotado em Brasília só bate para receber horas extras. Além disso, deputados não precisam informar quais funcionários ficam nos gabinetes e quais atuam em SC.
O controle da jornada é responsabilidade de cada parlamentar, explica a assessoria da Câmara, que tenta manter um controle informal da lotação dos comissionados. Sempre que um novo funcionário é nomeado, o departamento de pessoal da Casa pede para que o deputado informe o local de trabalho, demanda que nem sempre é respondida.
Portal de Transparência da Câmara é criticado:
Coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense, o deputado Marco Tebaldi (PSDB) admite a dificuldade de controlar a jornada dos comissionados que ficam no Estado, porém, considera o trabalho nas bases eleitorais fundamental para receber e atender as demandas das comunidades.
– São assessores que vão às prefeituras, conversam com lideranças, participam de feiras, exposições, vão a um jogo de futebol ou festa da comunidade. Esse contato ajuda a definir as prioridades de cada região e o empenho das emendas dos deputados – diz Tebaldi.
Feito com base nos contracheques de julho, o levantamento do DC também expõe a organização dos gabinetes. Os catarinenses optam por beirar o limite de 25 nomeações e distribuir salários médios de R$ 3,3 mil. Dos 16 parlamentares, apenas dois têm menos de 20 assessores. Dos 363 CCs, 25 ganham o teto da função (R$ 12.940).
A forma como a Câmara divulga seus dados é alvo de críticas. A Casa entende que cumpre a Lei de Acesso à Informação, pois divulga em seu site os gastos com verba de indenização, os nomes dos secretários de cada gabinete e os salários. As informações, porém, são encontradas em páginas diferentes.
Para realizar este levantamento, foi preciso analisar a lista dos comissionados dos 16 deputados e fazer 363 buscas nominais de salários. O sistema impõe barreiras para o cruzamento dos dados.
– A Câmara apenas cumpre o discurso da transparência. O ideal é poder fazer comparações de bancadas e de gabinetes com poucos cliques. É uma transparência que convém – avalia o secretário-geral da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco.
No Senado, somados, os três catarinenses empregam 78 funcionários, sendo que 68 deles ocupam cargos de confiança (CCs) e outros 10 são servidores efetivos da Casa. Os salários são maiores em comparação aos da Câmara. O piso é de R$ 1.681,53, e o teto, de R$ 17.154,06. Cada gabinete pode ter no máximo 55 pessoas.
Os 10 efetivos recebem o salário de sua função (pago pela administração do Senado) e uma gratificação, custeada pelo gabinete do parlamentar.
O controle da jornada de trabalho no Senado é mais rigoroso. A Casa informa no seu site quais comissionados atuam em Brasília, onde são obrigados a bater ponto, e quais estão nos escritórios do Estado, livres do registro formal de presença.

Fonte: Site Jornal A Notícia 10/08/2013

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