sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Destaque Político SC: Bancada de SC defende cassação e fim do voto secreto

Como o voto ainda é secreto, nunca se terá certeza do que realmente ocorreu na noite de quarta-feira em Brasília, quando a Câmara dos Deputados decidiu não cassar o mandato de Natan Donadon (ex-PMDB de Rondônia). 

Os parlamentares catarinenses ouvidos pelo DC dizem ter votado pela cassação. Um deles, o deputado Jorginho Mello (PR), garante até que fotografou o voto para não restar nenhum tipo de dúvida. 
Dois integrantes da bancada na Câmara - SC tem 16 deputados em Brasília - não votaram. Marco Tebaldi (PSDB) e Pedro Uczai (PT) registraram presença na sessão, mas saíram do plenário antes da votação porque tiveram de retornar ao Estado mais cedo. O tucano diz que tinha compromissos particulares em Joinville. O petista tinha uma consulta médica em Chapecó. Querendo ou não, os dois catarinenses contribuiram com o placar que favoreceu Natan Donadon, já que faltaram 24 votos para a cassação. 
Veja o que disseram 13 dos 16 deputados catarineses. A reportagem não localizou Carmen Zanotto (PPS), Edinho Bez (PMDB) e Rogério Peninha Mendonça (PMDB).

OPINIÃO:

"Acho que ainda não caiu a ficha para alguns parlamentares. Isso vai ficar marcado como uma passagem negra para a história da Câmara."
Celso Maldaner (PMDB)

"É impossível. Não se tem notícia de que alguém possa exercer qualquer tipo de atividade na vida preso, não só de deputado, logo se impõe a perda do mandato."
Décio Lima  (PT)

"Votei pela cassação na Comissão de Constituição e Justiça. Atribuo esse resultado desastroso a três coisas: a evasão dos deputados, ao voto secreto e ao interesse político dos implicados no mensalão. Vamos ter que reagir e colocar na pauta o voto aberto em caso de cassação." 
Esperidião Amin (PP)

"Na Câmara, independente do meu voto, houve uma demonstração clara de conflito de poderes. Me parece que, quando o Congresso entende que o Judiciário quer legislar, você começa a ter uma interferência e acaba tendo um conflito."
João Pizzolatti (PP)

"A decisão de cassação quem tomou foi a Corte. E acho inclusive que não precisaria nem a Câmara votar, a própria mesa já poderia ter indicado pela sua cassação,  sem necessidade de votação."
Jorge Boeira (sem partido)

"Não vou me preocupar com o leite derramado, o deputado não foi cassado e a vergonha foi instalada. Não tem outro remédio. Tomara que essa vergonha sirva para a gente ter força para aprovar o voto aberto." 
Jorginho Mello (PR)

"Lamento pelos deputados que não votaram, mas como o voto é secreto, não temos como saber quem são esses deputados. A situação explicitou mais ainda a necessidade do voto aberto: cada um deve ser responsável por seus atos."
Luci Choinacki (PT)

"Acho que foi uma armação do governo para ter motivação para não cassar José Genoíno e João Paulo Cunha."
Marco Tebaldi (PSDB), que tinha presença confirmada na sessão, mas não votou. Alega que teve que voltar para Joinville por motivos particulares.

"É um momento deprimente para o parlamento, para a Câmara dos Deputados quando ela deixa de caminhar lado a lado com a sociedade. Não tínhamos que julgar o mérito, isso cabe à Justiça. Tínhamos que nos posicionar politicamente, está sendo um momento muito difícil para a instituição."
Mauro Mariani (PMDB)

"O principal fator, evidente, foi o voto secreto. Se fosse público, tenho certeza que o resultado seria outro."
Onofre Agostini (DEM)

"Eu estava à tarde em Brasília e tive que sair por causa de um tratamento de saúde em Chapecó. Conversei com colegas e a posição era majoritariamente pela cassação antes de sair. Fui surpreendido pela decisão."
Pedro Uczai (PT)

"Eu sai com uma convicção. Acho que nós deputados não deveríamos mais ter foro privilegiado."
Ronaldo Benedet (PMDB)

"O que a sociedade precisa mesmo é de uma grande mudança no Legislativo, Executivo e também no Judiciário. É necessário acabar com o voto secreto em todas as discussões. Espero que o eleitor faça justiça não elegendo aqueles que não tem postura nem idoneidade."
Valdir Colatto (PMDB)

 Fonte: Site Jornal A Notícia 30/08/2013

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