quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Atualidade: PMDB discute mudanças em projeto para minirreforma eleitoral valer em 2014

Numa manobra para tentar viabilizar uma minirreforma eleitoral com efeitos na disputa de 2014, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), disse nesta terça-feira (8) que o texto vai passar por ajustes.

Segundo ele, a ideia é retirar do texto --aprovado no mês passado pelo Senado-- os pontos que tratam do calendário eleitoral. Entre eles, o que proíbe que candidatos ficha-suja indiquem substitutos às vésperas das eleições. A troca poderia ocorrer até 20 dias antes da disputa.
"A gente entende que os pontos que valem para 2014 são aqueles que podem ser definidos por resolução do Tribunal Superior Eleitoral e o são todos os anos, seis meses antes da eleição. Há pontos que estabelecem calendário, esses não poderiam mais ser tratados pra valer pras eleições de 2014. Esses a nossa ideia é suprimi-los", disse Cunha.
A legislação eleitoral determina que, para valer na eleição, mudanças no processo eleitoral precisam ser aprovadas um ano antes. Esse prazo venceu no sábado. Para Cunha, o que não fizer parte de calendário não entra nesse princípio da anualidade.
Considerada a parte mais polêmica da proposta, a autorização para a doação de campanha de empresários que são concessionários ou permissionários de serviço público deve ser retirada do texto.
        Os parlamentares, no entanto, avaliam que devem ser mantidos pontos que beneficiam partidos e candidatos. Entre eles o que acaba com amarras para uso nas campanhas do dinheiro público que financia os partidos --hoje a lei prevê a aplicação obrigatória de pelo menos 20% da verba nas fundações ou institutos partidários.
A reforma também prevê que a Justiça terá que se limitar ao "exame formal dos documentos contábeis e fiscais apresentados pelos partidos" na análise de suas prestações de contas, "sendo vedada a análise das atividades político-partidárias ou qualquer interferência" na autonomia das siglas.
O texto ainda considera propaganda eleitoral antecipada pronunciamentos que contenham críticas a partidos. O projeto proíbe a colocação de cavaletes em vias públicas, propaganda em bens particulares e limita a contratação de cabos eleitorais.
A expectativa dos líderes é que o projeto seja votado nesta quarta-feira (9). Na segunda-feira, no Palácio do Planalto, o tema foi discutido pelos líderes com a presidente Dilma Rousseff.
Cunha pediu que outros aliados deixassem de adotar manobras regimentais para impedir a discussão do texto. Dilma pediu que os governistas abandonassem a tática e registrassem no voto contrariedade ao texto. A iniciativa da presidente tenta preservar a votação da medida provisória dos Mais Médicos, considerada a marca do seu governo e que também está prevista para ir a plenário nesta quarta.

Fonte: Site Folha SP 08/10/2013

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