quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Eleição 2014 SC: Entrevista Elpídio Neves PRP

Elpídio Neves diz que a política acompanha sua trajetória desde que tinha oito anos de idade.
     Candidato a governador de Santa Catarina pelo Partido Republicano Progressista (PRP), ele conta que com essa idade a comunidade onde morava, em São Borja (RS), precisava fazer um abaixo-assinado para conseguir luz elétrica e, como ninguém se manifestou, pegou a folha em branco com um cabeçalho preenchido pelas irmãs e percorreu a região em busca de apoio.
Entre os dias 18 e 27 de agosto, o G1 publica os perfis dos candidatos ao Governo de Santa Catarina. A ordem de publicação foi definida por sorteio na RBS TV, com participação de representantes dos partidos. Além disso, todos os candidatos responderam as mesmas perguntas.
Desde então, após conseguir que a luz elétrica chegasse à comunidade, o candidato de 59 anos se envolveu em campanhas de outros políticos, passou por pelo menos quatro partidos, se candidatou aos cargos de deputado federal, prefeito e vereador e mudou algumas vezes de cidade e até de estado. Porém, o interesse pela política sempre o acompanhou. 
Formado em Administração, e, conforme ele, com duas pós-graduações e mestrado, aposta na escola integral como forma de melhorar a vida dos catarinenses. “Os pais vão deixar os filhos às 8h e buscar às 17h. Vamos ter a melhor merenda escolar orgânica do Brasil, feita com produtos da agricultura familiar. Na escola, eles vão ter teatro, música e pintura e vão voltar cansados para casa”, afirmou. 
Ele nasceu em Quata (SP), mas ainda na infância a família se mudou para o Rio Grande do Sul, onde ficou até a adolescência. No estado gaúcho, passou por Guarani das Missões e Bento Gonçalves. “Já nessa época ajudei a eleger os primeiros políticos, prefeito, vereadores”, disse.
Aos 21 anos, o pai faleceu e afirma ter assumido a tarefa de sustentar os seis irmãos mais novos. “Era torneiro mecânico, a mesma profissão do Lula. Na época, recebia quatro salários mínimos e conseguia sustentar todos. Foi assim durante seis anos e se precisasse faria tudo de novo. Todos eles estudaram, constituíram família. Não faltou nem tempo para namorar”, disse o candidato, que atualmente é divorciado e pai de dois filhos: a arquiteta Aline, de 30 anos, e Adriano, de 26 anos, estudante universitário de engenharia.
A primeira vez que morou em Santa Catarina foi em 1981, quando se mudou para Joinville, onde terminou o Ensino Médio e cursou engenharia e administração. Sete anos depois, foi para São Paulo, cidade onde se candidatou pela primeira vez a um cargo público, pelo PTB, em 1994. Segundo ele, conseguiu ser eleito suplente de deputado federal.
No período que esteve em São Paulo, Elpídio trabalhou na Secretaria da Fazenda, em uma multinacional alemã e na empresa de urbanização do Estado de São Paulo. Ainda na capital paulista, fez pós-graduações em comércio exterior e marketing. Também iniciou um doutorado em Direito na Universidade de São Paulo (USP), no qual, segundo o candidato, foi orientado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Eros Grau. Porém, conforme o currículo lattes, a pesquisa não foi concluída.  
Depois disso, resolveu mudar novamente para Santa Catarina, motivado pelo fato do filho já morar em Florianópolis e pela perspectiva de outras oportunidades profissionais. Na capital catarinense, já em 1996 se candidatou ao cargo de vereador e foi eleito suplente. Quatro anos depois, foi candidato a prefeito ainda pelo PTB.  Em 2004, se candidatou ao mesmo cargo, mas pelo PHS, e em 2006 encarou a primeira candidatura ao governo do estado, pelo PTC.
Atualmente, continua em Florianópolis, onde relata ter passado pela Imprensa Oficial do Estado (IOE), pela ocupação de bancário no Banco do Estado de Santa Catarina (BESC), posteriormente vinculado ao Banco do Brasil, e desde 2005 é funcionário público da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), na área administrativa.
Já como político, entre os episódios que diz ter sido determinantes está um encontro com  Ulysses Guimarães, político e advogado opositor à ditadura militar que morreu em um acidente aéreo de helicóptero em 1992: “Eu encontrei ele na rua e me deu três conselhos. Dois deles não posso dizer, mas o último foi: ‘nunca discuta com o eleitor. Ele está sempre com a razão, porque é dono do voto´", lembrou ele, que diz seguir o conselho desde então.

Qual considera o maior problema do estado?
Educação e também o que eu chamo de instrução. Educação é o que se aprendeu em casa: sujou, limpou... já a instrução é o que se busca no colégio: português, matemática. Temos 85 mil pessoas que foram fazer o título de eleitor e quando perguntadas se sabiam ler, disseram que eram analfabetas. Temos muitas pessoas que não tem Ensino Fundamental incompleto. Pretendo criar escolas em período integral, onde os pais deixam os filhos às 8h e vão buscar às 17h. Vamos ter a melhor merenda escolar orgânica do Brasil, feita com produtos da agricultura familiar. Na escola, eles vão ter teatro, música e pintura e vão cansados para casa.
Qual considera a maior potencialidade do estado?
A geografia bonita e bem definida. Temos uma economia setorial diferenciada em cada macrorregião - não é misturada como em outros estados. Em Joinville, o setor metalmecânico, no Vale do Itajaí o setor têxtil, Oeste é de frangos e frios, Lages produz gado e o Litoral que se destaca com a pesca. É uma economia não conflitante. Tem emprego sobrando. Nossa potencialidade é ter miscigenação. Na economia e na gente.
Como pretende mudar o estado nos próximos quatro anos?
Vou trabalhar 18 horas por dia de forma ininterrupta e dormir só seis horas por dia. Trabalhando a serviço de todos os catarinenses. Atacar com todos os setores que estiverem com obras mau feitas, economia desagregadas. O estado é pai, é imortal, e tem que cuidar dos seus filhos e filhas, as crianças, os adolescentes. O estado tem que se fazer presente e tomar decisões que podem beneficiar a população.

Fonte: Site O Globo 20/08/2014

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