sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Eleição 2014 SC - Entrevista Gilmar Salgado PSTU

Gilmar Salgado diz que nunca havia se interessado por política até se tornar funcionário público e se engajar em discussões sindicais.
     Ele nasceu na cidade de Maravilha, no Oeste catarinense, e afirma que na época, em 1960, apesar do momento histórico que o país vivia, não havia mobilizações na região. Além disso, filho de um policial militar, ele diz que a política não fazia parte das discussões da família.
Entre os dias 18 e 27 de agosto, o G1 publica os perfis dos candidatos ao Governo de Santa Catarina. A ordem de publicação foi definida por sorteio na RBS TV, com participação de representantes dos partidos. Além disso, todos os candidatos responderam as mesmas perguntas.
Aos 53 anos, porém, o candidato a Governador de Santa Catarina pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) conta que dedica grande parte de sua vida ao que acredita. Entre as propostas, se eleito, quer dobrar o piso regional para cerca de R$ 3 mil e reduzir a jornada de trabalho para 36 horas semanais, sem redução de direitos. 
Um dos filhos mais velhos de um total de 10 irmãos, ele conta que começou a trabalhar cedo para auxiliar os pais. Ainda criança, ajudava em atividades como buscar lenha na mata, já que não havia luz elétrica na comunidade. Seu primeiro emprego com carteira assinada foi como servente de pedreiro. Também relata ter sido vendedor de frutas e frentista.
Em 1981, com 20 anos, foi morar em Chapecó, em uma república de rapazes, onde ficou sabendo que haveria um concurso da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan). Decidiu fazer a prova e passou para uma vaga no setor comercial da empresa. Foi ali, quatro anos depois, que ele afirma ter tido a primeira atuação política, praticamente sem querer.
“Em 1985, começou uma luta para mudar a diretoria do Sindicato da Casan, que mais estava do lado da empresa do que dos operários. O movimento foi em Florianópolis, mas nós do Oeste ficamos sabendo e apoiamos. Em 1987, eles decidiram fazer greve e eu mobilizei os funcionários em Chapecó. Fui um líder, mas sem saber”, afirmou. Depois disso, surgiu o convite do grupo que havia organizado a greve para que Salgado atuasse como delegado sindical representando a região.
Ainda no Oeste, iniciou o curso superior em história e na universidade onde estudava se engajou ao Diretório Central dos Estudantes (DCE). Cursou dois anos e meio até se mudar para a capital catarinense, após receber o convite do sindicato da Casan para fazer parte da diretoria. Pouco depois, ele lembra, que foi convidado a integrar o Partido dos Trabalhadores (PT), ao qual se filiou.
Na capital catarinense nasceu sua única filha, Gilmara Manoela. Já na vida política, dois anos e meio depois de ingressar no PT, saiu para ajudar a fundar o PSTU. No novo partido, foi candidato a senador, duas vezes a prefeito de Florianópolis, uma vez a vereador e candidato a governador em 2010 e, agora, em 2014. Apesar de não ter sido eleito nenhuma vez, diz estar à disposição do partido.
“Nós temos um orçamento baixo, nosso financiamento são as mensalidades dos filiados. Nossa forma de fazer política não é atrelada a grandes empresas, mas sigo o ideal porque acredito nele”, afirma o candidato. 

Qual considera o maior problema do estado?
A destinação do orçamento para atender as necessidades da classe trabalhadora, que não existe. Parte desse dinheiro vai para pagar juros de dívidas, sendo que poderia melhorar áreas como moradia, saneamento básico, transporte. Precisamos suspender o pagamento e fazer uma auditoria para verificar se temos que pagar ou se já foi paga. A vida é acima da dívida.
Qual considera a maior potencialidade do estado?
A classe trabalhadora. Se Santa Catarina está em sétimo lugar no PIB [ Produto Interno Bruto], é graças a quem produz as riquezas. Por isso, precisamos melhorar a média salarial e as condições de trabalho, reduzindo o número de acidentes.
Como pretende melhorar o estado nos próximos quatro anos?
Com a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais, sem redução de direitos. Mais investimento em escolas técnicas, pois houve expansão, mas sem qualidade. Precisamos capacitar os trabalhadores não só para serem mão de obra, mas para serem sujeitos históricos, educados para terem uma visão crítica, articulação e cultura. Precisamos ainda de um plano de obras públicas, ouvindo a população para saber quais são as prioridades e com uma empresa estatal de construção. Além disso, queremos dobrar o piso regional, para que chegue ao piso do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que é de R$ 3 mil.

Fonte: Site Globo.com 26/08/2014

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