sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Aconteceu: O Conciliador: mulheres brigam feio por cadelinha em SC

Aconteceu em 02 de Maio de 2010

Em uma pequena cidade em Santa Catarina, duas mulheres estão em pé de guerra: falam até em fazer justiça com as próprias mãos. 
     Tudo por causa de uma cadelinha. Em São Paulo, uma família que perdeu a casa em um deslizamento não consegue se entender com os vizinhos, que moram no mesmo terreno.
Para não passar uma eternidade brigando na Justiça, eles pediram ajuda ao conciliador Rafale Bernardini. Nova Trento, interior catarinense, é a cidade de Santa Paulina, a única santa brasileira. Uma aprazível, amigável cidade de 12 mil habitantes. O que pode acontecer num lugar desses? A dona de casa Idinéia Turaci e a dona de pet shop Sandra Dalri estão brigando para valer na Justiça. O motivo é uma simpática cachorrinha.
Uma cadela para duas donas:
A cadelinha no centro da confusão em Santa Catarina teve três nomes e uma história de abandono. Encontrada na rua por uma dona de pet shop, em setembro do ano passado, a cachorra ganhou primeiro o nome de Belinha.
Belinha foi doada a um senhor, mas logo apareceu de novo nas ruas. Até que a dona de casa Idinéia acolheu a bichinha. A pedido do Fantástico, o conciliador Rafael Bernardini, nomeado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, esteve em Nova Trento.
“Os rapazes ficavam jogando pedra nela. Ficamos com pena, e meu menino a pegou”, conta Idinéia.
Belinha virou Meg e ficou um mês com Idinéia. Acabou fugindo de novo no fim de janeiro. “Todo dia eu ia procurar a cachorrinha. Para falar a verdade, nem dormia direito à noite”, conta a dona de casa.
Uma semana depois, Meg foi parar na casa de Sandra, uma mulher que cria animais abandonados. A cadelinha passou a ser chamada de Bianca. Idinéia ficou sabendo e pediu a vira-lata de volta. Foi aí que começou a briga. Sandra acusa a rival de não ter cuidado da saúde da cadela.
“Ela não inspira nenhuma confiança para cuidar da cachorra”, diz Sandra.
O médico veterinário Glauber Gelsleichter, amigo de Sandra, confirma que a cadelinha estava doente. “Ela estava sentindo muita dor. Foi constatado um problema de infecção uterina. Além disso, precisava ser feita remoção de dente, porque havia bastantes dentes comprometidos”, descreve Glauber Gelsleichter.
Sandra pagou o tratamento e agora acredita que tem todo o direito de ficar com a cachorra. “Eu acho muito errado devolver para uma pessoa que não tratou do animal”, critica.
Idinéia abriu um processo contra Sandra. Ela diz que os filhos sentem muita falta da cachorrinha. “Eu só sei dizer que quero ela de volta. Não vou desistir da minha cachorra”, afirma
Em busca da conciliação:
As mulheres que disputam a cachorrinha seguiram para a Casa da Cidadania, em Nova Trento. Em Nova Trento, Sandra não quis saber de conversa. O conciliador Rafael Bernardini lembrou que Sandra não tem provas de que Idinéia não cuidava da cachorra. Em São Paulo, Silvando disse que os vizinhos lavaram as mãos. A audiência virou uma confusão. O conciliador tentou pôr ordem.
Em Santa Catarina, Rafael Bernardini sugeriu que Sandra deixasse a cachorra por um mês com Idinéia. O juiz assinou o termo e oficializou o acordo. Agora, é compromisso garantido pela Justiça. Sandra não aceitou o acordo proposto pelo conciliador Rafael Bernardini. Com todos os recursos possíveis, o processo pode ficar um longo tempo em tramitação.
“Pode levar até dois anos para a conclusão, ao passo que o caso poderia ter sido solucionado em poucos dias com uma conciliação entre as partes”, avalia o juiz Rafale Bottan.
“Estou tranquila. A cachorra está bem na minha casa por enquanto. Espero manter a custódia dela no futuro”, diz Sandra.

Fonte: site fantástico.globo.com 02/05/2010

Nenhum comentário :

Postar um comentário